Homenagem à Mila
Amiga inseparável, leal.
A fiel escudeira, auxiliar nas boas causas, vigilante e alegre.
No sítio, era a primeira a me receber com a alegria, pulante e dizendo: “estou feliz com você aqui”, na linguagem que só os entendidos conhecem. E pulava, e rodava.
Enquanto permanecia no Sítio, ela ficava ao lado, caminhando nas trilhas, deitada aos pés da cadeira, na leitura .
Na noite de sexta-feira ela dormiu. E não acordou mais. Ficamos abalados e sem saber o motivo, pois estava alerta e parecia disposta.
São os mistérios da existência. Como estava na casa da cidade, a última viagem foi para o Sítio, onde a situei debaixo de um pé de Tuturubá.
Ao fazer a cova, descobri fragmentos de cerâmicas e uma faca rústica, de pedra, vestígios dos antigos moradores do lugar.
A última morada da minha amiga Mila é um sítio arqueológico.
O local está reservado à pesquisa. No futuro, irão dizer:
-Além dos antigos moradores desta área, muitos anos depois alguém aqui guardou um ente querido!
Publicado em 09/02/2014, em artigos. Adicione o link aos favoritos. 2 Comentários.
Caro amigo, Moisés. Sinto com você a perda da Mila, parte de uma “família” de leais companheiros. Pai, mãe e alguns dos irmãos dela também já se foram – tantos outros, entre irmãos e sobrinhos, continuam provocando momentos de alegria e segurança às pessoas que os acolheram. Esse é um mistério que devemos aceitar com resignação, pois, o pode ser feito em vida, tenho certeza que vocês fizeram: cuidar com carinho e fornecer os nutrientes necessários para a saúde física. Tudo o mais, deixemos por conta da dinâmica da Natureza.
Valeu, meu caro! Mila foi uma dama até o último momento.